Edição #49 - Prezado Processo
Na edição de hoje: ‘Viajando’ com mais um texto engavetado e uma nova história do ‘Petit Viajando’.
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🐦 Newsletter Curió:
Aos curiosos, a segunda edição da newsletter Curió saiu na terça-feira, dia 25. O artigo não estava planejado, mas foi completamente motivado pela expectativa geral da nação brasileira a respeito da premiação no domingo, 2 de março: Especial Oscar e “Ainda Estou Aqui”. Neste texto, volto um pouco na história para falarmos sobre o presente. Analiso os desafios da premiação, trago números do Oscar 2025 e relembro a campanha brasileira. Sou suspeita pra falar, mas vale dar uma olhada!
(Texto escrito em 17 de junho de 2024).
Prezado Processo,
Espero que se encontre bem. Venho por meio desta informar meu desconforto com prazo de espera estabelecido, ou melhor, não estabelecido.
Dizem que deveria confiar em você, mas sou desconfiada por natureza. Como confiar em algo que não conheço? O medo me aconselhou a escrever essa carta para checar se está tudo caminhando, e se haveria algum prazo para que eu possa me programar.
É que sou um pouco controladora, gosto de ter tudo muito certinho, minimamente organizado. E, não é por nada não, mas o tempo segue passando. Conforme o tempo passa, vou envelhecendo. Não me entenda mal, sigo jovem, mais a cada dia menos jovem. Sou ansiosa também. Será que compreende?
A paciência. A paciência também não é meu forte. Ela falta em muitos momentos, mas tenho trabalhado nela, assim como o controle e a ansiedade. Inclusive, acho que há esperança.
Sei que você não tem nada a ver com isso, mas seria bacana se pudesse ter um contato ou um canal de atendimento para que pudesse falar com alguém e entender melhor a forma como trabalha.
Agradeço se puder me atualizar.
Atenciosamente,
Ana Elisa.
Nunca nos conhecemos #18
Histórias criadas para desconhecidos que fotografei aleatoriamente ou conscientemente nos últimos anos. Boas fotos, más fotos. Por que não?
Mais um final de tarde lindo no Rio de Janeiro em família. Be, Lili e Chopin formam um trio lindo. Chopin é a estrela, claro. Um Border Collie, com pelo sedoso, amante de bolas de tênis, sommelier de pepino, observador de patos e protetor de orquídeas.
Be e Lili se conheceram no carnaval de 2014 ao som de “Palpite”. Ela, fantasiada de Yellow Submarine, com uma caixa de papelão toda pintada e purpurinada – e ele, de amante. Be jura que estava vestido de Harry Potter, mas não havia sinal de cicatriz ou varinha. Apenas uma blusa social branca amassada, uma gravata mal colocada e um óculos torto. Os amigos contam que ele inventou essa história só para não pegar mal com Lili. O resto é história.
Em 2020, foram morar juntos, e Chopin chegou à família em 2021. A cadela da irmã de Lili teve filhotes, e Chopin era o mais animado dos irmãos. Eles parecem felizes. Os três estão em sintonia, conversam, dão boas risadas e trocam carinhos.
— Corta! — grita alguém fora de cena.
Os câmeras pausam a gravação. Lili afrouxa o sorriso, Be ajeita a lapela, e Chopin, finalmente dispara atrás do pato que observava desde o início.
A verdade? Tudo não passa de uma encenação. Os três são atores e estão gravando uma campanha de itens para cachorros e seus donos. A história é uma criação da agência, mas foi Be quem insistiu em ter um background sólido para entrar no papel. Faz parte do método dele.
Apenas um dia de faz de conta.