É o nome da minha avó.
Maria Elisa era impecável, uma perfeccionista, uma artista, mestre nas habilidades manuais. Sabia desenhar, pintar, costurar, cozinhar. Humm, cozinhar. Cozinhava como ninguém. A pastinha de beringela, farofa com linguicinha, torradinha de espinafre, o peixinho do jeito que só ela sabia fazer, empadinhas de queijo, o arroz (era bom até gelado), a carne assada, o cachorro quente, a couve super temperada, os bolinhos fresquinhos, a rabanada, o pudim, os bombons de nozes (favoritos da minha mãe), até mesmo o brócolis era diferente. A TORTA ALEMÃ. A receita perfeita. A minha favorita. A favorita de muitos. Unanimidade na família, motivo de briga entre os primos, a sobremesa mais esperada de todos os eventos. Corre à boca miúda que alguns dos primos cuspiam nela para que os outros não pudessem comer. Se você não garantisse seu pedaço logo no início, corria o risco de ficar sem. Todos os anos, no dia do meu aniversário, a vovó fazia uma torta só pra mim. Me sentia privilegiada. Torta alemã é assunto sério. Meus amigos sabem disso. Me sinto afrontada quando experimento alguma torta ruim. Sou sommelier de torta alemã. Sou exigente. Não tem como não ser, você também seria.
Vovó como uma boa portuguesa, amava a casa cheia e preparava lanches e refeições para uma família que nunca foi pequena (4 irmãos, 7 sobrinhos, 5 filhos, 12 netos e 11 bisnetos), mas sempre dizia: só tem restinho. Só pra constar, nunca houve na história um dia que tivesse restinho.
Minha memória é péssima, mas lembro do cheiro e do gosto da maioria dos pratos que ela fazia. Era cheiro, gosto e sabor de vó. A minha avó. Maria Elisa.
NÃO, NÃO VAI TER RECEITA DE TORTA ALEMÃ HOJE! 🤍
Até a próxima!
Ana, que lindeza! avós são especiais demais e deveriam viver pra sempre <3 amei saber que foi ela que te fez ser especialista em torta alemã haha