Edição #46 - Embrulhando ideias
🎄 🎆 Querida pessoa leitora,
Desejo um Natal muito bacana, com uma boa trilha sonora, pessoas queridas, trocas sinceras, comidas deliciosas e boas risadas. Uma virada de ano cheia de coisas boas! Que o nosso 2025 seja cheio de possibilidades 🚀
Na edição de hoje: O tradicional texto do Viajando, uma historinha bem rápida no Petit Viajando, e mais uma tirinha de “As Aventuras de Astra”.
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Nota rápida aos leitores e amigos:
Minha história “Noel é brasileiro” foi publicada na coletânea “A Magia do Natal Vol.2” da editora Lura. É um livro com vários contos e crônicas de diferentes autores para amantes do Natal. Você pode encontrar para compra neste link.
Aos amigos, tenho algumas poucas cópias comigo, então, a quem interessar, é só me procurar.
Adoraria ter uma história especial, grandiosa, para essa edição festiva de Natal, e a última do Viajando neste ano de 2024.
Não venho com grandes reflexões sobre o ano que se despede aos poucos, ou com uma retrospectiva interessante. Acho que a minha inspiração resolveu tirar férias ou eu tirei férias da minha inspiração.
Outro dia estava assistindo ao episódio de Quioto da série “Somebody Feed Phil”, que inclusive já está em sua sétima temporada, e você pode conferir na Netflix. Além de me encantar pela cidade, e ser hipnotizada pela paz do lugar, fiquei com a expressão japonesa “ichi-go ichi-e” na cabeça. Inclusive, fico fascinada com os conceitos, expressões e filosofias da cultura oriental de uma forma geral. Bom, “ichi-go ichi-e” é uma expressão usada na cerimônia do chá, que significa algo como “somente esta vez”, ou de forma mais literal “um momento, um encontro”. A expressão é usada para dizer que cada momento é irrepetível, ou seja, o que está acontecendo no agora jamais vai acontecer de novo - lembrando o quão importante é estar no presente. Você pode até estar no mesmo lugar, com as mesmas pessoas, sentadas nos mesmo assentos, comendo os mesmos pratos, preparados pelas mesmas pessoas, com os mesmos ingredientes, mas não conseguirá reproduzir a mesma coisa de uma primeira experiência ou de outras. Nenhuma será como a outra porque não é possível recriar o momento. Não quer dizer que será melhor ou pior, mas será diferente e único.
E, no fluxo do pensamento, isso me levou a pensar no vídeo que viralizou do ator Andrew Garfield lendo o texto “Learning to Measure Time in Love and Loss” (Tradução: Aprendendo a mensurar tempo no amor e na perda), por Chris Huntington, para a coluna “Modern Love” do The New York Times. No vídeo, o ator está gravando a versão em áudio do texto para o podcast da coluna, e acaba se emocionando. A apresentadora, Anna Martin, pergunta se ele precisa de uma pausa, e depois acaba perguntando o que tocou tanto o ator na parte específica do texto. A gravação acaba virando um papo mais profundo sobre a vida.
O Andrew Garfield vai elaborando e diz:
...é a sensação, a compreensão e a tristeza de saber que você só poderá viver sua própria vida. Você não poderá ter todas as experiências que deseja, que não poderá ler todos os livros da biblioteca, ver todos os filmes no cinema, conhecer todas as pessoas da Terra, visitar todos os países, conhecer toda a história, o tempo todo. Há uma espécie de aprisionamento na vida que temos, e entendemos que estamos preso a uma certa quantidade de experiências enquanto estamos vivos. É por isso que a arte é tão importante. Ela pode nos levar a lugares aos quais não podemos chegar de outra forma.
Ele segue refletindo sobre uma tal preciosidade de que tanto falamos e o desejo por mais. O conflito entre as tantas coisas para aprender e descobrir e a constatação da finitude. O anseio de estar aqui, a tristeza da perda e de algumas escolhas que acabam excluindo outras possibilidades. O quão fácil pode ser se sentir desesperançado no mundo atual, mas que ainda assim existe o sentimento de conexão, de amar e arriscar.
Bom, enfim, é bem bonito, e tudo isso, me fez lembrar da famosa frase de um dos meus filmes queridos da vida, “A Sociedade dos Poetas Mortos”, com Robin Williams, em que seu personagem diz, motivando seus jovens alunos: “Seize the day, boys. Make your lives extraordinary” (Tradução: Aproveitem o dia, garotos. Façam suas vidas serem extraordinárias). O sentido de extraordinário cabe a cada um. É isso, uma grande mistura de ideias e referências embrulhadas na cabeça.
Obrigada pelo ano, pessoas leitoras ❤️
Nunca nos conhecemos #15
Histórias criadas para desconhecidos que fotografei aleatoriamente ou conscientemente nos últimos anos. Boas fotos, más fotos. Por que não?
Ninguém sabe, nem mesmo o próprio, mas esse senhor é o sexagésimo quinto descendente direto do primeiro Noel, conhecido como St. Nicholas, ou São Nicolau, o bispo grego do século IV, nascido em Patara, uma cidade da antiga Lícia, que hoje faz parte da Turquia, lá no berço da civilização. Muito - mas muito antes mesmo, da figura ser associada ao Natal. O curioso é que seu tataravô teve uma fábrica de brinquedos de madeira chamada Estação Polo Norte, seus bisavós, ambos escritores, criaram diversos contos natalinos que foram lidos por muitas crianças e alimentaram o imaginário de muitas delas, e os avós começaram com um negócio pequeno de fabricação artesanal de panetones na garagem de casa que hoje é produzido em larga escala, de forma industrial, e é vendido em muitos cafés espalhados por aí. Já ele, o Nick, tem um cachorro da raça Corgi chamado Rudolph por conta do nariz que é levemente avermelhado. Sua neta que escolheu o nome. Coincidências da vida.